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Música e quarentena: relatos de artistas potiguares na Europa

Foto montagem: Divulgação/Facebook juliano.j.ferreira.33, ligia.franca, musicafamiliapadua

A pandemia de coronavírus mudou de forma radical o dia a dia e a organização social no mundo inteiro. Após o vírus se espalhar por todo o globo, os governos decretaram estado de emergência e quarentenas rígidas, principalmente em locais de grande foco da doença como na Europa e China, no esforço de conter a contaminação.

Com o fechamento de escolas, comércios e casas de show e o cancelamento de eventos culturais em geral a quarentena tem impacto direto em quem vive de música. É o caso de artistas potiguares que estão vivendo na Europa.

Para tentar driblar o momento de crise e ansiedade, músicos pelo mundo todo estão apostando em lives musicais e até mesmo grandes festivais online, como é o caso dos festivais música em casa, lá de casa e o fico em casa BR que reunirão dezenas de artistas e performances.

Conversamos com alguns potiguares que estão vivendo na Europa e relatam como está esse turbulento período de quarentena e como a música pode ser um instrumento importante pra tentar superar esse momento tão difícil.

Jow Ferreira, Lisboa, Portugal

O violinista está morando na capital portuguesa e conta que as autoridades têm intesificado as medidas de quarentena desde a última semana, com base no que acontece na Itália.

“Tudo foi cancelado desde o dia 13 de Março. Aulas, gigs, concertos etc. É claro que isso causou imenso desespero entre os músicos, já que o sustento depende única e exclusivamente destas atividades, mas ao mesmo tempo estão todos super conscientes do problema e da necessidade de estarem todos unidos. Assim como na Alemanha, o governo português já começou a dar apoio financeiro aos trabalhadores independentes que comprovadamente tiveram redução das atividades econômicas. Isso tem feito todos buscarem novas alternativas, como aulas e concertos online”, explica.

Jow tem tentado usar o momento para escrever novos arranjos e composições, além de partilhar algo nas redes sociais. “Pretendo dar aulas online e também fazer lives. A música não pode parar e nesses tempos, nunca a arte foi tão necessária”, detalha.

Por fim o músico faz um apelo ao Brasil: Deixo registrado meu apelo “Fiquem todos em casa e não permitam que a situação chegue ao ponto em que chegou na Itália. Dêem o exemplo, pois não se trata de “uma gripezinha”, como anda sendo dito por aí”, finaliza.

Ligia França, Veneza, Itália

Radicada em Veneza desde os anos 90, a cantora e intérprete potiguar está em quarentena em um dos maiores epicentros da pandemia, onde foi registrado o mártir número de mortes e faz um alerta.

“Vejo no Brasil que tem gente encarando a situação com leveza, mas é um momento muito grave. Vivo em uma região que é um grande foco da doença e por aqui as pessoas estão proibidas de sair de casa, com exceção para ir a farmácia ou supermercados. Os hospitais estão com dificuldades de atender a todos, e até mesmo os parentes estão impossibilitados de velar e sepultar os entes queridos”, relata.

Nesse momento de isolamento, Ligia explica que os artistas se reúnem nas janelas para cantar, tocar e confraternizar a distância, fenômeno que já foi amplamente divulgado pelas redes sociais.

“Se cuidem porque é algo muito sério, e por mais que digam por aí que acharam a cura, isso ainda não é certo. Não acredite que você seja imune a doença. Seja consciente e fique em casa”, alerta.

Antônio de Pádua, Viena, Áustria

Morando em Viena, Antônio de Pádua comenta sobre a situação. Mesmo em face de cancelamento de compromissos, Pádua continua realizando workshops onlines. Ele diz que a famlia, que se mudou para Viena a pouco tempo, se adaptou muito bem a cidade e já ganharam um bom espaço no cenário musical de lá, com destaque para a criação do Clube de Choro de Viena.

“Perdemos muitas Gigs, tínhamos festivais, concertos e workshops, além das aulas que ministramos semanalmente. Ao todo mais de 15 gigs canceladas. Isso gerou um prejuízo enorme pra gente, e estamos correndo atrás, buscando outras formas de conseguir trabalhar de casa. Aulas on line, concertos, fabricando pandeiros”, aponta.

No domingo foi aniversário do filho João Vitor (flautista da familia Pádua), a festa que seria realizada após uma gig foi cancelada. O jeito foi comemorar por meio de uma live no instagram . “Mesmo com toda essa turbulência nós estamos bem. O que nós resta é esperar que esse momento acabe e tudo volte a normalidade”, encerra.


Música e quarentena: relatos de artistas potiguares na Europa publicado primeiro em http://www.somsemplugs.com.br

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