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Quatro Regras do ‘Velho Oeste’ que valem para o mercado de música de hoje

Por:  Will Hutchinson

Eu sobrevivi ao vórtex polar que passou pelos EUA, e parece que a primavera está para virar a esquina, por mais que eu ainda não tenha checado com a marmota.

Para sair um pouquinho da zona de conforto, eu aluguei um carro e dirigi até Denver para participar de uma noite de microfone aberto no  Swallow Hill Music, um lugar de encontro famoso da comunidade folk. As pessoas lá foram tão queridas, e o apresentador até me chamou para participar de uma noite com as melhores apresentações. Eu tive tempo para ouvir uns álbuns novos e maravilhosos enquanto dirigia até lá, consegui passar um tempo com meu amigo Chris Koza, que também é cantor e compositor, e ainda consegui ver o sol se pondo atrás das montanhas.

O mundo da música digital é um pouco como o Velho Oeste. Eu vou conseguir sobreviver?

Dirigir por 14 horas e visitar essa comunidade antiga de músicos me trouxe várias perguntas, que eu fiquei me repetindo conforme cruzava o deserto. Enquanto cruzava Nebrasca e os lugares onde ficam os museus de Buffalo Bill e do Pony Express, eu comecei a matutar que o mercado de música digital me lembra de uma terra sem fronteiras, meio como foi o Velho Oeste da América nos anos 1800.

Gigantes da Internet como Spotify, Facebook, Twitter e Google estão todos montando o que vai ser essa revolução digital de conteúdo criativo. Artistas e empresários do mundo todo estão indo para cima e para baixo como bandidos fora da lei, tentando agarrar qualquer oportunidade que passe montada em um cavalo. Entretanto, conforme aumenta a oferta, diminuí a demanda. E, com mais música do que nunca, viajando mais rápido do que nunca, é fácil se perder nesse momento de expansão.

Então o que isso tudo significa para mim, artista independente? Em breve a  Amazon vai conseguir até enviar as compras das pessoas por drone, e eu com isso?

Como perseverar na terra digital sem lei?

Olhando para o Velho Oeste através de filmes de bangue-bangue, é possível perceber que: as maiores qualidades para o sucesso era a competência, a confiabilidade, a autopreservação, defender a si mesmo e a quem você ama e falar pouco, mas falar bem.  Eu tive 14 horas na estrada para dissecar essa metáfora e transformá-la em dicas que podem ser usadas por artistas de hoje em dia, ou por qualquer um que esteja tentando navegar no mundo virtual.

Competência.

Você faz as coisas com eficiência e correção? Agora que a internet nos oferece milhões de opções, as pessoas estão ficando melhor em saber que marca faz o que bem.

Hoje em dia, a competência parece ser medida por influência social. Influência social é medida por quantos seguidores você tem. O número de seguidores que você tem vem da sua consistência em produzir conteúdo de qualidade (autêntico e inspiracional).

Você vai saber se (C)  está produzindo conteúdo de qualidade se estiver (A) criando conteúdo com consistência e  (B) ganhando seguidores. Então C = A mais B.  Depois que você estiver (C) produzindo conteúdo de qualidade,  (A) com consistência, é só uma questão de tempo até começar a ganhar influência social.

Confiabilidade.

Você quer criar a impressão de que é confiável, forte e honesto. No mundo real, isso é bem simples (ainda que um desafio): é só dizer a verdade, evitar fofocas, aparecer no horário combinado, saber dizer não quando tiver de dizer não e ser uma pessoa de palavra.

Na internet, adivinha?, é a mesma coisa! Sua existência na internet, entretanto, passa por uma curadoria muito maior, e se você for ter contato com pessoas que não são seus amigos e familiares, vai precisar se mostrar com mais frequência para essas pessoas que não fazem parte do seu círculo social.

A coisa boa de se construir confiança online é que você consegue manter contato com muito mais gente, de maneira eficiente. Pense com cuidado em o que vai dizer antes que as palavras saiam da sua boca/teclado,  e há muitas ferramentas para ajudar você a organizar suas promessas.

Proteja a si mesmo e às pessoas que você ama.

A comunicação é um caminho de duas mãos. Com o compartilhamento de informações no mundo atual, as pessoas não estão só tirando a carteira do bolso para comprar os produtos da sua banda, sua música e ingressos para o seu show. Elas estão também colocando sua reputação na linha na hora de dar um  “like,” um “comentário,” um “follow,” ou um “share.”

Do mesmo jeito que a marca de Donald Trump influencia a reputação de quem o segue, a reputação de Donald Trump também depende de quem o segue, para o bem ou para o mal. Esse é outro exemplo extremo, mas ilustra o que eu quero dizer. Quer você perceba ou não, sua marca é influenciada por quem você é e com quem você se associa.

Para proteger a si mesmo  a seus seguidores, certifique-se de que sua marca vai ser fiel a o que você prometeu. Se as pessoas se sentirem inseguras quanto a isso, não se surpreenda se elas pararem de se associar a você. Tomar partido em assuntos delicados é um jeito de deixar bem claro qual é sua marca. Mas só você pode julgar de que lado está e o custo das pessoas que vai perder caso assuma um lado.

Poucas palavras, mas palavras fortes.

Num mundo em que tudo parece estar ficando cada vez mais rápido, lembre-se de desacelerar. Não tente estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Dẽ um passão para trás  e olhe para tudo o que está acontecendo ao seu redor. Não corra atrás do outro só porque é o que as pessoas em volta estão fazendo.

Tudo o que “acontece” no reino digital é na verdade o que está rolando entre pessoas reais. Não são números . Essas pessoas têm sentimentos, esperanças e desejos , que nem você. Mudar-se para uma cidade grande pode fazer um sujeito se sentir pequeno — e a internet é a maior cidade de todas. Encontre suas comunidades, online e offline, e, nas sábias palavras de Susan Werner, “floresça onde você estiver plantado”

Se você leu tudo isso e não trabalha com música, espero que tenha encontrado algo de útil para usar nas suas relações com o mundo da internet.  Esses princípios de competência, confiança, auto-preservação e poucas palavras fortes não são nada de novo. Quando eu me perco no feed das minhas redes sociais e sinto que estou ficando para trás, sempre acho que um post como esse pode ajudar. Espero que ele também seja um lembrete para vocês.

Feliz trilhas a todos,

Will


 

Will Hutchinson é cantor e compositor em tempo integral, criador do blog The Music Habit e do podcast de mesmo nome, pai e sobreviveu a infarto. Ele mora em Lincoln, Nebrasca, Estados Unidos. Will lançou  4 álbuns de músicas autorais, fez mais de 300 shows nos últimos 5 anos e foi finalista na competição de composição musical International John Lennon Songwriting Competition. Se você curtir esse post, pode saber mais sobre ele no seu site ou na página de Facebook.


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